Mês: janeiro 2014

Sobre ‘Vertidos’

Vertidos foi criado para divulgar os resultados de minhas versões, como chamo os exercícios de tradução de textos – contos, romances, poemas – de alguns dos meus autores favoritos. A proposta, antes de tudo, é de oferecer aos leitores brasileiros textos pouco ou nunca vertidos para a língua portuguesa – autores não mencionados, ou autores resgatados do esquecimento; autores desconhecidos entre nós ou textos desconhecidos de autores conhecidos. Nessa primeira categoria, dou o exemplo do escritor britânico E. F. Benson – autor vitoriano destacado por seus ótimos contos de fantasmas e em cuja obra venho trabalhando há algum tempo. Nesse caso, orgulha-me ter oferecido pioneiramente um conto jamais antes traduzido (ao que se tem notícia) para o português: “O condutor de ônibus”, publicado na Revista “Arte & Letra”, edição U (Curitiba, 2013), e que será apresentado também neste Blog. De outra parte, um autor conhecido entre nós como Raymond Chandler tem alguns grandes textos ainda inéditos. Mas não é só; também aqui lançaremos novas versões de textos já conhecidos (e até multiplamente traduzidos) entre nós – como “O Barril de Amontillado”, de Edgar Allan Poe, este mágico fundamental da história curta. Por aí já se adivinha um prestígio ao conto de suspense, de terror e de mistério, e ao conto policial. Mas não há essas limitações – também aqui, além de Robert Louis Stevenson, despontarão autores como Montaigne, Voltaire e Valéry. Já se vê que os idiomas de partida são o inglês e o francês – e a esses limites acredito dever respeito, para não entregar aos meus leitores más versões (pior que um mal texto original é uma má tradução, pelo que encerra de fraudulento e ofensivo à arte alheia, em maior ou menor grau). Por último, aqui igualmente serão divulgadas obras minhas ou com participação minha, nesse exercício sublime e desafiador que é a arte de traduzir. Algo mais sobre mim poderá ser visto no campo próprio deste Blog. Em poucos termos, no entanto, declaro-me um amante da boa literatura e da boa música, e me ocupo a, sempre deslumbrado, assimilar essa mágica exclusiva que leio, ouço e sinto, e vertê-la na expressão inseparável de mim: a nossa sempre perturbadora língua portuguesa. Espero que aproveitem.